Cachoeira do Sul mira no projeto de expansão da UFSM. A expectativa é que em agosto esteja funcionando o novo campus da instituição, o quarto fora de Santa Maria. Serão 200 novas vagas ainda neste ano divididas em cinco graduações, sendo quatro Engenharias e mais Arquitetura. A UFSM estuda duas possiblidades de inserção: vestibular de inverno ou via Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A decisão caberá ao Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Cepe), ainda sem data para ocorrer. A partir de 2015, serão 400 vagas somente pelo Sisu.
Na expansão, erros e acertos dos campi de Palmeira das Missões, Silveira Martins e Frederico Westphalen foram considerados.
- A única coisa que justificaria criar um campus fora da sede seria a qualidade e desenvolvimento regional. Por isso, propusemos um centro de excelência na área de tecnologia. O campus terá uma relação forte com as indústrias, e vamos ter ligação com o Centro de Tecnologia - afirma o vice-reitor, Paulo Bayard.
O objetivo é criar um polo em tecnologia que seja referência nacional e internacional. O campus será construído em um terreno de 80 hectares, doado pela prefeitura de Cachoeira. As obras devem começar ainda neste ano, com investimento de R$ 100 milhões do Ministério da Educação. Até lá, as aulas ocorrerão em escolas com salas alugadas pela prefeitura. Também devem ocorrer aulas no campus de Camobi.
- Existe déficit grande de engenheiros no Brasil. Para a escolha dos cursos que seriam implantados, foram feitos levantamentos de mercado e de necessidades da região - explica Bayard.
Segundo o pró-reitor de Graduação da UFSM, Albertinho Gallina, foi montada uma comissão para garantir a qualidade dos cursos e evitar erros que aconteceram em outras cidades:
- Não abriremos cursos sem professores e técnicos qualificados.
O Diário ouviu estudantes, as direções dos campi e as prefeituras das três cidades que contam com projetos de extensão. Segundo Gallina, ações, como estudo sobre cursos noturnos em Palmeira das Missões, estão sendo adotadas. Também não é descartada uma nova expansão.
- É possível, mas não há nenhum estudo sobre um novo campus neste momento. A UFSM tem se caracterizado como universidade multicampi, como a de São Paulo - afirma Bayard.
Cachoeira de intenções
Em Cachoeira do Sul, o Ensino Superior já é oferecido pela Universidade Aberta do Brasil, Universidade Luterana do Brasil e Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. Mas a chegada da UFSM está sendo comemorada.
- É a maior conquista dos últimos 50 anos. Não tínhamos uma oportunidade tão boa de crescimento desde a época na qual a cidade concentrava mais de 30 indústrias de arroz. É uma ótima chance de desenvolvimento, e isso está resgatando a autoestima dos moradores, que sofriam com a situação da cidade desde a decadência da indústria do arroz - afirma Neiron Viegas, prefeito de Cachoeira do Sul.
Ainda não foram definidos os locais que serão alugados para as aulas do campus, mas algumas propostas já teriam sido encaminhadas à UFSM. Quanto a questões como moradia estudantil e alimentação, Viegas afirma que a prefeitura está buscando recursos no Ministério da Educação, mas que, se eles não forem disponibilizados, a prefeitura se compromete a viabilizá-los por meio de parceria com a universidade.
Mesmo antes da instalação do campus, já há questões que começaram a sofrer influência da chegada da universidade: o interesse pela compra de lotes próximos ao campus fez com que o preço de alguns terrenos triplicasse.
- Vamos fazer uma atualização do plano diretor, levando em conta o campus, e investir em transporte. É claro que a expectativa é que nosso filhos se preparem para ocupar as vagas, mas sabemos que teremos de receber muita gente de fora também. Já tivemos experiência semelhante com a Agronomia da Uergs, que recebe boa parte dos alunos vindos de fora da cidade - "